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Mostrando postagens de março, 2013

Evento internacional

               O Brasil está se “preparando” para receber dois grandes eventos internacionais, a Copa do Mundo e a Olimpíada: um específico, de apenas uma modalidade esportiva, e outro genérico, de várias modalidades. Já sedia alguns eventos internacionais na modalidade tênis: alguns “challengers”, um ATP 250 e um WTA. Eventos menores, estes não demandam muitos investimentos, ao contrário do que ocorre com a olimpíada e a copa do mundo.             Depois de vir pela quarta vez consecutiva a um torneio de tênis na modalidade ATP 1000 – que na escala é abaixo apenas dos Grand Slam -, permito-me fazer algumas observações.             Chegada – o Aeroporto Internacional de Miami é um dos mais movimentados do mundo. Em 2010, as locadoras de veículos encontravam-se espalhadas no entorno do aeroporto, de forma que era necessário ao passageiro deslocar-se por ônibus até a locadora para apanhar o carro. Em 2012 já estava construído um prédio, que parece muito um saguão de a

O barbeiro e a "pedofilia"

              Alguns metros acima do prédio em que fica o meu escritório, na mesma calçada, na avenida Francisco Glicério logo após a avenida Aquidabã, foi instalado um salão de barbeiro, em que o dono era também o único que ali trabalhava. Labutava desde as 7 da manhã até por volta de 8 da noite. Talvez pela comodidade, comecei a frequentar o salão e gostei do trabalho do profissional.             O barbeiro era (é, ainda, pois está vivo) mineiro, com aquele sotaque característico e gostava de conversar, como, aliás, todos os barbeiros. São os melhores profissionais para bater papo, igualando-se aos taxistas e aos porteiros de prédios (comerciais ou residenciais: estes sabem tudo das pessoas que ocupam esses edifícios...).             Uma vez, enquanto cortava os meus cabelos, ele contou-me a seguinte estória: numa das noites anteriores, quando atendia um freguês, duas meninas “invadiram” o seu local de trabalho pedindo para que ele deixasse que elas ali se escondesse

Pedofilia

                      Não existe no Código Penal, nem nas leis extravagantes (aqui a palavra não tem o sentido vulgar e sim jurídico: que está vagando fora do lugar que lhe é próprio, qual seja, o Código – são leis penais também chamadas de “especiais” ou “específicas”) um crime denominado “pedofilia”.             Algo, antes de mais nada, deve ser dito acerca da etimologia da palavra pedofilia. Segundo a enciclopédia interativa Wikipedia, ela deriva do grego e significa, em apertada sínese, amor, afeição, por crianças. Segundo definição de Croce, é a atração por crianças, “com os quais os portadores dão vazão pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos”.             Tanto no Código Penal quanto nas leis extravagantes, é da prática legislativa colocar ao lado da definição da conduta delituosa o nome do crime que ali está descrito. Essa anotação lateral é chamada de “rubrica”, não sendo anormal que ela por vezes venha acima da definição delituosa. O nome do

O enterro do (que humilhou o) anão

              Não deveria dizer “anão”, já que os politicamente chatos, digo, politicamente corretos, prefiram que se diga “pessoa pequena” (ah! está ficando insuportável esse “patrulhamento”...), mas ele era um anão, sim.             Há três mitos curiosos no Brasil: ninguém nunca viu cabeça de bacalhau, alguém com uma foto da sogra na carteira e enterro de anão. Quanto ao bacalhau, está explicado: ele já vem salgado e, portanto, sem cabeça. Quanto à foto da sogra, é porque há muito preconceito contra essa “familiar” que nunca interfere na vida do casal. Mas quanto ao enterro de anão é óbvio que existe: não é muito raro vê-los vivos e como tudo o que vive morre... De minha parte, admito que nunca vi um enterro de um deles.             No ano de 1995, pela lei 9.099, foram criados os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, antes chamados de Juizados de Pequenas Causas (não, não era ele quem julgava as causas envolvendo os anões, conforme se poderia pensar...), e não ape

Respeito ao xerife

              No filme “Onde os fracos não têm vez”, dos irmãos Coen, que venceu o Oscar de melhor filme no ano de 2008, há um diálogo interessante entre uma jornalista e o xerife do condado (maravilhosamente – como sempre – vivido por Tommy Lee Jones). O filme foi baseado no livro “No country for old man”, de Cormack McCarthy e o diálogo é este (pagina 247):             Jornalista – Xerife, como é que o senhor deixa que o crime saia tanto de controle no teu condado?             Xerife – Começa quando você passa por cima das boas maneiras. Quando começa a deixar de ouvir senhor e senhora já está bem à vista.                           No ano passado a revista Veja São Paulo trouxe uma matéria em que noticiava a existência dos “pancadões”, encontros de jovens em alguns bairros de São Paulo: reuniam-se as pessoas com os seus carros, geralmente populares ou muito velhos, com aparelhagem de som mais cara do que o próprio veículo, ligavam a música em som al

As várias mortes do prefeito (capítulo 29)

                          Aos 28 de novembro, a Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Campinas, por sua presidência, apresentou longa petição, em que, após discorrer sobre o fato, requereu à Juíza de Direito da 1ª Vara Criminal, que: a] fosse determinado ao Delegado Seccional de Polícia que colocasse “incontinenti” os autos de inquérito à disposição dos advogados de todos os presos (a prisão temporária havia sido prorrogada); b] fossem os autos “disponibilizados” à presidente da Comissão de Direitos Humanos da subsecção de Campinas; c] fosse “quebrado”, “incontinenti”, o sigilo que havia sido decretado. O Ministério Público, como era de se esperar, opinou pelo indeferimento dos pedidos: todos foram indeferidos, no dia 21 de dezembro.                         Antes do indeferimento, fatos inusitados ocorreram. Assim é que aos 5 de dezembro, pelo Juiz da Vara das Execuções Criminais de Campinas, foi ouvida uma pessoa que estava presa e cujo nome, bem como a penite

"Japonês encrenca"

            Ele não era japonês e sim chinês e o seu apelido fazia jus àquela mania brasileira de chamar de “japonês” todas as pessoas que tenham as feições orientais. E quem revelou esse seu apodo completo foi uma testemunha de acusação ao depor no processo movido contra o chinês por homicídio qualificado tentado; essa testemunha trabalhava em uma empresa de segurança que prestava serviços em festas de universitários, as famosas promoções: é que o acusado ia em quase todas e entrava “dando carteiradas”, pois ele era perito do Instituto de Criminalística, e em quase todas, segundo a testemunha, “arrumava encrenca”- daí o seu apelido.             A encrenca que resultou em processo criminal deu-se num clube de Campinas em que se realizava uma promoção de duas faculdades. O chinês, que lá estava após “carteirar” o porteiro, abordou uma moça, o seu namorado abespinhou-se, iniciou-se uma discussão, um princípio de agressão; o chinês sacou a arma de fogo que portava e ... Segundo a acus

O golpe do sequestro

                        Tive uma madrugada atribulada no dia 31/12/07: por volta de 3h33min (metade do anti-cristo?) acordei com o coração disparado. Fui ao pronto-socorro e – creio – o médico equivocou-se na medicação, aumentando os batimentos cardíacos (acredito que ele errou pelo pavor que ele demonstrou ao ver que a frequência cardíaca havia aumentado). Ele determinou que eu ficaria 24 horas na UTI. Não precisei ficar mais do que 6, recebendo alta de outro médico.                         Poucos minutos fazia que estava em casa quanto soou a campainha do telefone fixo e eu atendi. Do outro lado da linha uma voz feminina, chorando, pedia socorro, dizendo que estava amarrada no mato. Em seguida, assumiu o diálogo uma voz masculina dizendo que havia sequestrado a minha filha e que eu teria que pagar para que eles a soltassem. Embora estivesse ainda sob o efeito de remédios e a minha filha estivesse no Guarujá, “levei na esportiva” e desliguei o telefone. Em seguida, chamei-a pelo