Relatam
os doutrinadores de Direito Penal que num dos sistemas penitenciários (ou seja,
sistema de cumprimento de pena privativa de liberdade) era imposto o silêncio
absoluto (“silent system”), o que levou os encarcerados a adotar uma forma de
linguagem de sinais assemelhada à linguagem utilizada pelos deficientes da
fala, ou seja, mudos. Embora no Brasil nunca tenha havido nada semelhante ao “silent
system”, em tempo de antanho os presos utilizavam essa “linguagem de mão”, seja por imposição dos guardas de presídio e carcereiros, seja porque eles estavam conversando sobre "segredos"(um plano de fuga, por exemplo). A
minha primeira estada em presídio deu-se no ano de 1977, quando eu ainda não
era Procurador do Estado, e aconteceu na cadeia pública do (bairro) São
Bernardo. Por iniciativa do Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de Campinas,
que cumulava o Tribunal do Júri e a Corregedoria dos Presídios e da Polícia
Judiciária, que fundou o PAR – Patronato de Ajuda ao Reeducando…