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Mostrando postagens de agosto, 2017

Depois da punição

       Tendo atuado décadas como defensor público, pois não existia a Defensoria Pública e a assistência jurídica aos necessitados era feita pela Procuradoria Geral do Estado, mais especificamente pela Procuradoria de Assistência Judiciária, me foi possível não apenas atuar na defesa do acusado, como, também, em algumas ocasiões, encontrar o réu. Encontrava-o depois de cumprir a pena, no caso de condenação, bem como o encontrava em casos de absolvição. Esses encontros geraram situações, às vezes, histriônicas.       Um desses casos, e que, por suas nuances, ficou gravado na minha memória foi o de um réu que tinha nome de apóstolo, João Batista [1] , contra quem pesava a acusação de haver matado, com diversos golpes de faca, a sua mulher, com qual tinha uma filha. Ele nunca negou o (hoje) feminicídio, porém alegava que assim havia agido porque era traído (disse a professora Mariza Correa, num belíssimo livro por si escrito (“Morte em família”) que a simples suspeita servia par