Edoardo Toffano era italiano e estudava em
um seminário na sua terra natal. Um dia, resolveu abandonar esse estudo e,
pretendendo conhecer o mundo, alistou-se na Marinha Mercante de seu país.
Realizou (parte de) seu sonho: conheceu, durante suas viagens, entre outras
plagas, a China e os Estados Unidos. Aportou no Brasil, mais precisamente na
região de Jaú, onde casou-se com uma viúva, de nome Olímpia Brandão, descendente de portugueses. Sua escolhida
possuía terra naquela região e foi montada uma granja, que se chamou São
Domingos. Hoje, Edoardo é nome de uma rua em Jaú.
Essa união produziu uma prole de seis
filhos – quatro homens e duas mulheres – e, na gravidez do sétimo filho, o
casal foi à Itália, onde a criança nasceu e foi batizada com o nome de Maria
Itália. Este fato aconteceu há noventa anos, mais precisamente no dia 19 de maio de 1928. Durante o seu périplo pela terra
natal, Edoardo conseguiu uma audiência com o papa, na época Pio X. Durante a
audiência, para sua surpresa, o Sumo Pontífice havia sido seu professor no seminário.
Reconheceram-se e ao final do encontro ele foi agraciado com uma relíquia, um
pedaço do osso do maxilar de Santo Antonio de Pádua, região, aliás, de onde
Edoardo era proveniente.
Essa relíquia permaneceu na posse de
Edoardo, até que um dia ela passou à posse de um de seus filhos, Ernani
Brandão Toffano, o mais religioso entre os sete, que, para abrigá-la, mandou construir
um relicário em sua casa. Com a sua morte, os seus filhos doaram a relíquia à
igreja de Santo Antônio de Pádua de Jaú, mas, estranhamente, consta que foi
doada por outra família.
Eu vi essa relíquia durante vários anos,
tanto na casa de Edoardo, como na de Ernani, pois Edoardo Toffano era meu avô materno (e Ernani meu tio) e não é justo que, hoje, conste nos
anais da paróquia que ela foi doada por outra família.
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