“Reco”, para os que ainda não conhecem essa gíria antiquíssima (e é possível que alguns [os mais novos] não a conheçam exatamente pela sua vetustez), é o apelido de recruta, ou seja, um noviço nos quadros das Forças Armadas. No ano de 1964 minha família veio de mudança para Campinas premida pela necessidade de residir numa cidade maior (éramos de Jaú, SP), em que, principalmente, houvesse faculdade, já que os filhos estavam na idade de frequentar um curso superior e não havia faculdade na cidade. Nossa mudança se deu no dia 4 de fevereiro daquele ano e eu não tinha ainda completado 16 anos. Na noite do dia 31 de março (ou na madrugada de 1° de abril) de 1964 foi deflagrado um movimento militar, a princípio denominado “revolução” e mais tarde “golpe”. Os da minha faixa etária hão de lembrar do período conturbado que antecedeu ao acontecimento. Dias após a ocorrência, indo ao centro da cidade (nós morávamos no bairro Bosque) tal não foi a minha surpresa