A BBC publicou tempos atrás um interessante artigo cujo título é o seguinte: “O que aconteceria se pudéssemos lembrar de tudo” e “lembrar de tudo” diz com a memória. Este tema – a memória- desde sempre foi – e continua sendo – objeto de incontáveis abordagens e continua sendo fascinante.
O artigo, como não poderia deixar de ser, cita um conto daquele que foi o maior contista de todos os tempos, o argentino Jorge Luis Borges, denominado “Funes, o memorioso”, escrito em 1942. Esse escritor, sempre lembrado como um dos injustiçados pela academia sueca por não tê-lo agraciado com um Prêmio Nobel e Literatura, era, ele mesmo, dotado de uma memória prodigiosa, tendo aprendido línguas estrangeiras ainda na infância.
Voltando memorioso Funes, cujo primeiro nome era Irineo, ele sofreu uma queda de um cavalo e ficou tetraplégico, mas a perda dos movimentos dos membros fez com que a sua memória se abrisse e ele passasse a se lembrar de tudo quanto tivesse visto, ou mesmo (suponho) imaginado. Imóvel em seu leito, aprendeu “sem esforço o inglês, o francês, o português, o latim”, Diz Borges: “suspeito, entretanto que não era muito capaz de pensar. Pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair. No abarrotado mundo de Funes não havia senão pormenores quase imediatos”. Tudo isso graças à memória que Adquiriu com a queda.
O conto aponta algumas pessoas da História que tinham uma capacidade incrível de “armazenar” conhecimento e uma delas é Ciro, rei dos persas, que “sabia chamar pelo nome todos os soldados de seu exército; Mitríades Eupator, que administrava a justiça nos 22 idiomas de seu império”.
E aqui se fala que o brasileiro “não tem memória” mas creio que para isso há uma explicação: em nosso país há um número escasso de museus. Esse locais em que História fica depositada, além de serem escassos, são pouco frequentados: o brasileiro não tem o hábito de frequentar museus. Talvez ele aplique a máxima “museu só tem coisa velha”.
O link do artigo da BBC
https://www.bbc.com/portuguese/articles/czv19vkk4lyo
Um fato tomou a atenção de muitos a partir de domingo quando uma assessora “especial” do Ministério da Integração Racial ofendeu a torcida do São Paulo Futebol Clube e os paulistas em geral. Um breve resumo para quem não acompanhou a ocorrência: a final da Copa do Brasil seria – como foi – no Morumbi, em São Paulo. A Ministra da Integração Racial requisitou um jato da FAB para vir à capital na data do jogo, um domingo, a título de assinar um protocolo de intenções (ou coisa que o valha) sobre o combate ao racismo (há algum tempo escrevi um texto sobre o racismo nos estádios de futebol). Como se sabe, as repartições públicas não funcionam aos domingos, mas, enfim, foi decisão da ministra (confessadamente flamenguista). Acompanhando-a veio uma assessora especial de nome Marcelle Decothé da Silva (também flamenguista). Talvez a versão seja verdadeira – a assinatura do protocolo contra o racismo – pois é de todos sabido que há uma crescente preocupação com o racismo nos estádios de fu
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