Este é o título do mais recente livro do Prêmio Nobel de literatura, o peruano Mario Vargas Llosa. Como muitos de seus livros, trata-se de um romance histórico ambientado na Guatemala na época do golpe de Estado perpetrado por Carlos Castillo Armas. Como todos os seus livros, fascinante.
Tomei de empréstimo o título para usá-lo aqui pois efetivamente os tempos presentes são ásperos: são aspérrimos. Duas ocorrências recentes demonstrarão isso.
1ª] Morte na lotérica: numa casa de apostas (na verdade, as casas lotéricas não são mais casas de apostas e sim mini bancos: as filas imensas que se formam são para pagamento de contas ou transferências de dinheiro de uma conta para outra ) um idoso (79 anos) que estava na fila sofreu um desmaio, indo ao chão; chamado o SAMU, os paramédicos constataram a morte e acionaram o serviço funerário para recolher o corpo. cobrindo-o com aquele papel aluminizado; enquanto as pessoas do serviço funerário não chegavam a lotérica continuou funcionando como se nada houvesse ocorrido, com o – como dizia a música – estendido no chão.
2º] Candidato a ator: Jeff Machado havia atuado em uma novela da TV Record e ansiava alçar-se à condição de ator e, de preferência, atuando em grandes produções. Conheceu um ex-produtor da Rede Globo, que havia sido desligado do grupo, que, a título de promessas que nunca seriam cumpridas, passou a cobrar do candidato algumas quantias a título de ajudá-lo a realizar o seu sonho. Numa noite em que estavam juntos, com mais duas pessoas, dopou-o, e, antes que ele desacordasse, obteve as senhas dos cartões bancários, matando-o por asfixia. Homicídio dupla ou triplamente qualificado, classificado como crime hediondo. Colocaram o corpo num baú que foi enterrado num casebre a dois metros de profundidade, e o buraco foi concretado. O crime foi descoberto graças aos cachorros do candidato a ator, que eram “chipados” e foram abandonados pelos assassinos.
Como se vê, são tempos mesmo ásperos os que vivemos presentemente.
Uma música que marcou época, chamada “A Praça”, de autoria de Carlos Imperial, gravada por Ronnie Von no ano de 1967, e que foi um estrondoso sucesso, contém uma frase que diz assim: “sentei naquele banco da pracinha...”. O refrão diz assim: “a mesma praça, o mesmo banco”. É impossível imaginar uma praça sem bancos, ainda que hoje estes não sejam utilizados por aquelas mesmas pessoas de antigamente, como os namorados, por exemplo. Enfim, são duas ideias que se completam: praça e banco (ou bancos). Pois no Cambuí há uma praça, de nome Praça Imprensa Fluminense, em que os bancos entraram num período de extinção. Essa praça é erroneamente chamada de Centro de Convivência, sendo que este está contido nela, já que a expressão “centro de convivência (cultural)” refere-se ao conjunto arquitetônico do local: o teatro interno, o teatro externo e a galeria. O nome Imprensa Fluminense refere-se mesmo à imprensa do Rio de Janeiro e é uma homenagem a ela pela ajuda que prestou à cidade de Campi...
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