Pular para o conteúdo principal

Terça-feira

Mais um dia em que a chuva promete estar presente; ao menos, ameaça.
As boas notícias: Bellucci derrotou o seu algoz (que o havia vencido nos dois conrontos anteriores, um deles no US Open), o israelense Dudi Sela; má notícia: na próxima fase enfrentará o francês Gael Monfils. Ricardo Mello também venceu e na próxima fase enfrentará o francês Tsonga. O terceiro brasileiro, João Souza, o "Feijão", foi derrotado. A não ser que ocorra um milagre, em breve o Brasil não terá mais nenhum jogador no Australian Open.
Algo que tem chamado a atenção da mídia - o que é lamentável - é o tal "estupro" de que teria sido vítima uma participante desse lixo chamado "BBB". Se George Orwell fosse vivo, certamente desencarnaria ao ver o uso que estão fazendo com o nome criado por ele. Mas servirá para demonstrar o absurdo da legislação penal a partir da reforma realizada no ano de 2009, pela lei n° 12.015. A participante teria sido submetida a conjunção carnal enquanto estava alcoolizada, o que a torna "pessoa vulnerável". No "estupro de vulnerável", a ação penal é pública, o que vale dizer, independe de vontade da vítima a ação estatal. Ou seja, o participante poderá ser processado independentemente da vontade da "vítima". Coincidentemente, ouvi hoje na Rádio Globo AM um pedaço de entrevista da participante negando que tivesse havido conjunção carnal, admitindo, todavia, a prática de atos libidinosos: ora, se ela sabia o que estava fazendo, não se pode afirmar que o seu estado de embriaguez fosse tal que suprimisse a sua capacidade de entendimento.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A assessora exonerade

Um fato tomou a atenção de muitos a partir de domingo quando uma assessora “especial” do Ministério da Integração Racial ofendeu a torcida do São Paulo Futebol Clube e os paulistas em geral. Um breve resumo para quem não acompanhou a ocorrência: a final da Copa do Brasil seria – como foi – no Morumbi, em São Paulo. A Ministra da Integração Racial requisitou um jato da FAB para vir à capital na data do jogo, um domingo, a título de assinar um protocolo de intenções (ou coisa que o valha) sobre o combate ao racismo (há algum tempo escrevi um texto sobre o racismo nos estádios de futebol). Como se sabe, as repartições públicas não funcionam aos domingos, mas, enfim, foi decisão da ministra (confessadamente flamenguista). Acompanhando-a veio uma assessora especial de nome Marcelle Decothé da Silva (também flamenguista). Talvez a versão seja verdadeira – a assinatura do protocolo contra o racismo – pois é de todos sabido que há uma crescente preocupação com o racismo nos estádios de fu

Por dentro dos presídios – Cadeia do São Bernardo

      Tão logo formado em Ciências Jurídicas e Sociais e tendo obtido a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, prestei auxílio num projeto que estava sendo desenvolvido junto à Cadeia Pública de Campinas (esta unidade localizava-se na avenida João Batista Morato do Canto, n° 100, bairro São Bernardo – por sua localização, era apelidada “cadeião do São Bernardo”) pelo Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal (que cumulava a função de Corregedor da Polícia e dos Presídios), Roberto Telles Sampaio: era o ano de 1977. Segundo esse projeto, um casal “adotava” uma cela (no jargão carcerário, “xadrez”) e a provia de algumas necessidades mínimas, tais como, fornecimento de pasta de dentes e sabonetes. Aos sábados, defronte à catedral metropolitana de Campinas, era realizada uma feira de artesanato dos objetos fabricados pelos detentos. Uma das experiências foi uma forma de “saída temporária”.       Antes da inauguração, feita com pompa e circunstância, os presos provisórios eram “aco

Matando por amor

Ambas as envolvidas (na verdade eram três: havia um homem no enredo) eram prostitutas, ou seja, mercadejavam – era assim que se dizia antigamente – o próprio corpo, usando-o como fonte de renda. Exerciam “a mais antiga profissão do mundo” (embora não regulamentada até hoje) na zona do meretrício [1] no bairro Jardim Itatinga.             Logo que a minha família veio de mudança para Campinas, o que se deu no ano de 1964, a prostituição era exercida no bairro Taquaral, bem próximo da lagoa com o mesmo nome. Campinas praticamente terminava ali e o entorno da lagoa não era ainda urbanizado. As casas em que era praticada a prostituição, com a chegada de casas de família, foram obrigadas a imitar o bairro vermelho de Amsterdã:   colocar uma luz vermelha logo na entrada da casa para avisar que ali era um prostíbulo. Com a construção de mais casas, digamos, de família,   naquele bairro, houve uma tentativa de transferir os prostíbulos para outro bairro que se formava, mais adiante