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O mestre do terror



    
      Merecidamente, o estadunidense Stephen Edwin King foi alcunhado de “o mestre do terror”: muitos dos seus livros são realmente de provocar arrepios. Ele nasceu no estado do Maine, na cidade de Portland, aos 21 de setembro de 1947.
      A sua obra é muito extensa: são incontáveis livros, muitos deles tornaram-se enredos de filmes, com dois logrando indicação ao Oscar como melhor filme. Porém, embora alcunhado “o mestre do terror” (não é raro encontrar-se alguém que o chame de “mestre do suspense”), ele escreveu livros que não têm um pingo de terror ou de suspense; em contrapartida, outros provocam tanto pavor que, se lidos durante a noite, melhor será dormir com a luz do quarto acesa.
      Livros que se transformaram em enredos de filmes: “O iluminado”, estrelado por Jack Nicholson (no papel do louco Jack Torrance) e dirigido por Stanley Kubrick, foi apontado como o filme mais aterrorizante de todos os tempos. No site IMDB obteve a nota 8,5 – altíssima. Outro livro que foi filmado é “A hora da zona morta”, com Christopher Walken no papel de um professor que após um acidente e um largo período em coma adquire poderes extrassensoriais. A direção é de David Cronenberg e a película originou uma série exibida nas emissoras brasileiras com o nome de “The dead zone”. Outro livro que foi convertido em filme e obteve muito sucesso foi “Carrie, a estranha”, de 1976, direção de Brian de Palma, com Sissy Spaceck no papel principal. Refilmado em 2013, mais modernizado – os personagens usam “smartphones”. Outro livro que foi transformado em filme foi “Sonâmbulos”, em que Stephen King faz uma “ponta”. Não pode ser esquecido outro livro que transformou-se em roteiro de filme: "O apanhador de sonhos" ("The dreamcatcher"), estrelado, por entre outros, Morgan Freeman. Embora existam monstros, o ponto central é a amizade de três garotos que é mantida depois que se tornam adultos e de um quarto garoto, com deficiência mental, de quem eles se tornam amigos e depois os ajuda a... é melhor assistir ao filme.
      Dois de seus livros que deram origem a filmes passam-se dentro de prisões: “À espera de um milagre” (original: “The green mile”), com Tom Hanks e Michael Clark Douglas, dirigido por Frank Darabont – no site IMDB obteve a nota 8,5; o outro é “Um sonho de liberdade” (“The Shawshank redemption”), com Tim Robbins e Morgan Freeman, direção também de Frank Darabont – nota 9,3 no IMDB. Ambos lograram indicações ao premio máximo da academia de cinema, mas não obtiveram a estatueta.
      Num de seus mais recentes livros o mestre fugiu de seus temas, mas nem tanto: num livro muito extenso, ele conta a saga de uma pessoa que descobre como voltar ao passado e volta ao ano de 1963 para tentar salvar o presidente Kennedy de ser assassinado. No Brasil tomou o nome de “Novembro de 1963” (eu o li em espanhol, comprado há mais de um ano antes de ser lançado em português, e tem o título em inglês de 11/22/1963).
      Quando vejo algo que tem a “grife” Stephen King, imediatamente o examino e na maioria das vezes, o adquiro; se for livro, um exemplar; se for filme, um ingresso (e, por ser idoso, pago meio ingresso – umas das poucas coisas boas da terceira idade – no popular: velhice).



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