“Deep
throat” foi o filme pornô mais famoso de todos os tempos e a atriz que o
estrelou Linda Lovelace, tornou-se a
atriz pornô mais aclamada de todos os tempos. Ele foi filmado no ano de 1972 em
apenas seis dias e custou, principalmente se comparado com as superproduções de
hoje, a bagatela de 25 mil dólares. Arrecadou mais de 600 milhões de dólares e,
conforme alguns, mudou a cultura sexual nos Estados Unidos. O nome do filme deve-se ao fato de que a personagem teria o clitoris na garganta...
Hoje
os canais de televisão pagos estão inundados por essa espécie de filme,
especialmente nos horários da madrugada – para constatar isto, basta consultar
a grade de programação de uma operadora de televisão a cabo. Alguns filmes
mostram as cenas de sexo às escâncaras.
Quem
não conheceu a história de Linda Lovelace, aliás Linda Boreman, se surpreenderá
ao ver o filme que tem o seu nome artístico: “Lovelace”. Pois inicialmente
pensa-se muito mal de uma mulher que em plena década de setenta, início, melhor
dizendo, propõe-se a estrelar uma película em que talvez o “take” mais apoteótico
é uma cena de sexo oral, envolvendo-a e ao ator principal, cujo nome artístico
era “Dick Long” – segundo se insinua pelo apelido, um “bem dotado”.
Ao
contrário do que se pensava, a vida dessa atriz foi um martírio nas mãos de seu
marido, que lhe aplicava surras constantes, ferindo-a, obrigando-a a praticar
sexo com outros homens e recebendo (ele) por isso. Uma autêntica prática de
rufianismo e ela, de prostituição. Ela consegue libertar-se dela,
divorciando-se, e depois, regenerando-se (por assim dizer), repudia tudo aquilo
que fez e se casa novamente com um simples operário, constituindo família.
Ela
não apenas repudiou tudo aquilo que fizera – tornou-se uma ativista contra a
pornografia. Neste ponto, o seu repúdio à pornografia lembra uma atitude tomada
por outra estadunidense que provocou uma reviravolta jurídica e depois arrependeu-se: Norma
L. McCorvey, aliás Jane Roe, que conseguiu na Suprema Corte dos EUA autorização
para submeter-se a um aborto, obteve-a e depois tornou-se uma ativista
anti-aborto. Linda escreveu sua autobiografia – “Ordeal” – em que conta toda a
sua “via crucis” e o seu editor obrigou-a submeter-se ao teste do polígrafo
(“detector de mentiras”) para confirmar se o que ela estava dizendo era mesmo
verdade. Comprovada a veracidade do que contava, foi o seu livro publicado.
Linda
Lovelace, aliás Linda Boreman, aliás Linda Macchiano (nome de seu marido no
segundo casamento) morreu aos 53 anos em virtude dos ferimentos sofridos num
acidente de carro. Seu ex-marido, que lhe houvera causados incontáveis
sofrimentos físicos e morais, desencarnou 3 meses após, vítima de um infarto.
Garganta
profunda foi, também, o apelido do informante secreto dos jornalistas do
Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, que a ambos revelou que o
presidente Richard Nixon sabia do arrombamento do escritório do Partido
Democrata no Edifício Watergate.
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