Os
– como se dizia antigamente – “amigos do alheio” - estão constantemente
“migrando” de um artigo a outro do Código Penal. Talvez a (aparente) facilidade
de amealhar dinheiro (e valores) seja o princípio motor que faz com que essas pessoas
nunca se regenerem e essa ganância provoca a migração.
Alguns
exemplos ocorridos aqui “na terrinha”: no começo dos anos 2000 Campinas era a
capital da extorsão mediante sequestro; depois (ou concomitantemente) vieram os
“sequestros-relâmpago”; depois as falsas extorsões mediante sequestro; na
sequência, os furtos em caixas eletrônicos, em que o larápios “derretiam” (esta
era a gíria que eles usavam) o equipamento utilizando maçarico; com a
repressão, passaram a explodir os equipamentos. Furtos e roubos de celulares,
“saidinhas” de banco e tudo quanto a imaginação consegue criar.
Moro
no bairro Cambuí há quase 20 anos e na mesma rua e essas variações de crimes
patrimoniais, como em várias outras partes da cidade, puderam ser facilmente percebidas. Pessoas tendo
os seus celulares furtados ou roubados; pessoas que sacaram dinheiro de banco
sendo abordadas na saída (até morte já houve); caixa eletrônico sendo
“derretido”.
Algumas
infrações penais patrimoniais cheguei a presenciar ou quase presenciar. Há
aproximadamente um ano, quando chegava de minha caminhada matinal, por volta de
7 horas, defronte o prédio em que moro fui abordado por um adolescente que
havia sido segundos antes despojado, sob ameaça, de seu aparelho celular: ele me
pediu ajuda. Eu disse ao porteiro para chamar a polícia militar e avistei o
ladrão que, da esquina, nos observava. Gritei com ele e saí em seu encalço: ele
desapareceu (suponho que tenha pulado no jardim de alguma casa da rua Américo
Brasiliense - ou bateu o recorde dos 100 metros rasos). Em outubro, também voltando da caminhada, fui sacar dinheiro para
pagar a empregada e a agência tinha sido furtada: o caixa eletrônico estava
aberto e o equipamento usado pelos ladrões fora (como sempre acontece) deixado
ali: maçarico, cilindro, banner. A polícia militar chegou em seguida.
Há
uma nova modalidade de ação dos ladrões no Cambuí: furtos em casas comerciais durante a
madrugada. Algumas lojas de sapatos para mulheres (e como há lojas desse tipo
no bairro para atender aos anseios das incontáveis Imeldas Marcos) têm sido
atacadas pelos larápios; também lojas de roupas são vitimadas. Eles quebram o
vidro da vitrine, o alarme dispara e eles, insensíveis ao barulho, pegam o
quanto podem e fogem.
Em
dias próximos, há pouco tempo, duas lojas muito próximas, distantes alguns poucos metros uma da
outra, foram atacadas. Numa delas, de sapatos femininos, arremessaram um
paralelepípedo contra o vidro, mas este, por ser muito forte, não se rompeu. Na
outra, de roupas, as portas foram arrombadas: um veiculo entrou de marcha ré derrubando-as
(derrubou até o forro de gesso da loja tal a força do impacto). Nos dois casos
passei defronte minutos após o fato ter acontecido. Os proprietários foram
obrigados a tomar medidas de proteção, desfigurando as fachadas dos
estabelecimentos.
A
pergunta que deve ser feita: por onde anda a segurança pública.
Fotos das lojas após as investidas dos ladrões.
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