Pular para o conteúdo principal

As curtas da sexta

1) Duas manchetes da FSP de hoje:
a) CPI quebra sigilo de petista e tucano por período de 10 anos - ambos são, respectivamente, o governador do DF, Agnelo Queiroz, e o de GO, Marconi Perillo. Parece-me que faltou um governador nesse rol, exatamente aquele "amigão" do dono da Delta, que constantemente viajava com ele, utilizava o seu helicóptero e foi flagrado em situações em sua companhia no mínimo constrangedoras em festinhas na cidade luz, Paris, várias delas expostas no blog de um deputado federal pelo RJ, Garotinho; mas ele tem santo forte, no caso o seu partido, o de maior bancada na Câmara; mas isso não passará incólume, pois não fica inibido o MP de requerer ao STJ a investigação; 
b) Câmara quer aumentar a verba de deputados - no caso, querem os nobres parlamentares um aumento da verba de gabinete, atualmente de 60 mil reais, para 75 mil reais MENSAIS; a notícia informa ainda que ssa verba é usada para contratar SEM CONCURSO até 25 ASSESSORES. Não é erro de digitação, não: 25 ASSESSORES
Assistindo esporadicamente às transmissões das sessões da CPMI do Cachoeira pela Globonews (nem a TV Câmara, nem a TV Senado - a comissão é mista, dela fazendo parte deputados e senadores - têm transmitido as sessões [por que será? um adepto da "teoria da conspiração diria que há medo de transmitir]) e vendo os desempenhos dos componentes dessa comissão fica uma certeza: não estão cumprindo nada daquilo que lhes cabe fazer.
2) Em duas oportunidades, escrevi aqui sobre as comissões parlamentares de inquérito que, ao contrário do muitas pessoas pensam, "dão", sim, "em alguma coisa" (a crendice popular afirma que elas sempre "dão em nada"). Na pior das hipóteses, amealham fundamentos para que o Ministério Público inicie ações penais contra os investigados. Mas a CPMI do Cachoeira definitavamente não dará em nada. Melhor: deu alguma coisa. Deu para demonstrar que ela se transformou num circo, com parlamentares que ali estavam para investigar (perguntando, confrontando) tornaram-se claques dos membros de seus partidos que ali depunham, aplaudindo-os efusivamente. As fotos e os vídeos são de envergonhar. Indago, com vistas a uma das notas acima (1, b): é para isso que eles querem mais assessores? para que compareçam às sessões da comissão para engrossar os aplausos?
Isto é Brasil.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Uma praça sem bancos

Uma música que marcou época, chamada “A Praça”, de autoria de Carlos Imperial, gravada por Ronnie Von no ano de 1967, e que foi um estrondoso sucesso, contém uma frase que diz assim: “sentei naquele banco da pracinha...”. O refrão diz assim: “a mesma praça, o mesmo banco”. É impossível imaginar uma praça sem bancos, ainda que hoje estes não sejam utilizados por aquelas mesmas pessoas de antigamente, como os namorados, por exemplo. Enfim, são duas ideias que se completam: praça e banco (ou bancos). Pois no Cambuí há uma praça, de nome Praça Imprensa Fluminense, em que os bancos entraram num período de extinção. Essa praça é erroneamente chamada de Centro de Convivência, sendo que este está contido nela, já que a expressão “centro de convivência (cultural)” refere-se ao conjunto arquitetônico do local: o teatro interno, o teatro externo e a galeria. O nome Imprensa Fluminense refere-se mesmo à imprensa do Rio de Janeiro e é uma homenagem a ela pela ajuda que prestou à cidade de Campi...

Legítima defesa de terceiro

Um dos temas pouco abordados pelos doutrinadores brasileiros é o da legítima defesa de terceiro; os penalistas dedicam a ele uma poucas páginas, quando muito. Essa causa de exclusão da ilicitude vem definida no artigo 25 do Código Penal: “entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Nessa definição estão contidos os elementos da causa de exclusão em questão: uso moderado dos meios necessários; existência de agressão atual ou iminente; a direito seu ou de outrem. Como se observa facilmente, a defesa é um repulsa a uma agressão, ou seja, é uma reação a uma agressão, atual (que está acontecendo) ou iminente (que está para acontecer). Trata-se, a causa de exclusão em questão, de uma faculdade que o Estado põe à disposição da pessoa de defender-se pois em caso contrário a atuação estatal na proteção dos cidadãos tornar-se-ia inútil. Não é uma obrigação, é uma faculdade. Caso, na...

Câmeras corporais

A adoção da utilização de câmeras corporais por policiais militares gerou – e gera – alguma controvérsia no estado de São Paulo, tendo sido feita uma sugestão que mais lembra um pronunciamento de Eremildo, o Idiota (personagem criado por Elio Gaspari): “os soldados da força policial usariam as câmeras, mas as ligariam apenas quanto quisessem”. Essa tola sugestão tem como raiz o seguinte: nas operações em que pode haver alguma complicação para o policial ele não aciona a câmera; mas demais, sim. Apenas a título informativo, muitos países do mundo tem adotado essa prática: em algumas cidades, como, por exemplo, nos Estados Unidos, até os policiais que não trajam fardas estão utilizando esses aparatos. Mas, a meu ver, o debate tem sido desfocado, ou seja, não se tem em vista a real finalidade da câmera, que é a segurança na aplicação da lei penal, servindo também para proteger o próprio agente da segurança pública (tendo exercido, enquanto Procurador do Estado, a atividade de Defensor...