Os jornais e revistas têm um espaço destinado às manifestações dos leitores, em que cada pessoa pode expor a sua opinião sobre temas veiculados nesses órgãos. Inicialmente apenas por carta escrita e posta nos correios, com o advento da internet as manifestações puderam ser feitas por meio eletrônico. Tal espaço é aparentemente democrático. Aparentemente porque há de início uma seleção ("censura") do órgão de imprensa ao qual a manifestação é dirigida, que seleciona as que serão publicadas. É óbvio que algumas cartas são impublicáveis, por conterem grosserias, palavrões, ofensas a pessoas e coisas do gênero. E há órgãos que publicam apenas as que não contrariam a sua linha editorial. Em geral, alguns meios de mídia recebem as correspondências e, publicando-as ou não, simplesmente ignoram o remetente, não o comunicando sequer do recebimento.
Depois de ler algumas dessas correspondências, obtive algumas conclusões:
a) parece que alguns órgãos de imprensa selecionam as piores cartas - não sei atribuir a que motivo -, exatamente as que demonstram um alto grau de ignorância do leitor. Exemplo: um jornal paulista, de enorme circulação, no dia seguinte após Cachoeira exercer, perante os membros da CPMI, o seu direito constitucional de permanecer em silêncio, trouxe como primeira carta de sua coluna do leitor uma manifestação em que a leitora concluía pela culpabilidade do "contraventor". Isto é uma crassa demonstração de ignorância, pois a "lei maior", a Constituição permite que a pessoa se cale quando indagada sobre assunto que a incrimine. Outras leis garantem isso: o Código de Processo Penal e a Convenção Americana dos Direitos Humano (decreto 678/92). E a ninguém é dado ignorar a lei. Publicar a manifestação e em primeiro lugar parece que foi feito para demonstrar a ignorância da leitora.
b) existem incontáveis professores universitários, pois vários leitores assim se qualificam, mas há um detalhe: pouquíssimos indicam a faculdade ou universidade em que ministram as aulas. E o órgão de imprensa não tem nenhum interesse em questionar o leitor-missivista acerca do local em que exercem a sua profissão.
c) as manifestações, quase sempre, são publicadas em poucas linhas, nitidamente trechos da original e nunca em sua integralidade (a desculpa sempre é a mesma: questão de espaço).
Há outras constatações que poderiam ser expostas, mas, em virtude do espaço que me reservo (como se eu fosse o meu editor e selecionasse trecho que coubesse neste espaço), as exporei em outra oportunidade.
Silvio Artur Dias da Silva
Depois de ler algumas dessas correspondências, obtive algumas conclusões:
a) parece que alguns órgãos de imprensa selecionam as piores cartas - não sei atribuir a que motivo -, exatamente as que demonstram um alto grau de ignorância do leitor. Exemplo: um jornal paulista, de enorme circulação, no dia seguinte após Cachoeira exercer, perante os membros da CPMI, o seu direito constitucional de permanecer em silêncio, trouxe como primeira carta de sua coluna do leitor uma manifestação em que a leitora concluía pela culpabilidade do "contraventor". Isto é uma crassa demonstração de ignorância, pois a "lei maior", a Constituição permite que a pessoa se cale quando indagada sobre assunto que a incrimine. Outras leis garantem isso: o Código de Processo Penal e a Convenção Americana dos Direitos Humano (decreto 678/92). E a ninguém é dado ignorar a lei. Publicar a manifestação e em primeiro lugar parece que foi feito para demonstrar a ignorância da leitora.
b) existem incontáveis professores universitários, pois vários leitores assim se qualificam, mas há um detalhe: pouquíssimos indicam a faculdade ou universidade em que ministram as aulas. E o órgão de imprensa não tem nenhum interesse em questionar o leitor-missivista acerca do local em que exercem a sua profissão.
c) as manifestações, quase sempre, são publicadas em poucas linhas, nitidamente trechos da original e nunca em sua integralidade (a desculpa sempre é a mesma: questão de espaço).
Há outras constatações que poderiam ser expostas, mas, em virtude do espaço que me reservo (como se eu fosse o meu editor e selecionasse trecho que coubesse neste espaço), as exporei em outra oportunidade.
Silvio Artur Dias da Silva
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