Pular para o conteúdo principal

Brasil Open 2012

Realiza-se em São Paulo, desde segunda-feira 13/2, em sua 12ª edição, o Brasil Open de Tênis, torneio da categoria 250 da ATP (ou seja, o ganhador obtém 250 pontos e aproximadamente 85.000 dólares). Até o ano passado realizava-se - inexplicavelmente (ou talvez, explicavelmente para alguns) - na Bahia, na Costa do Sauípe. Sem nenhum preconceito, óbvio, a Bahia não tem nenhuma tradição nesse esporte; além disso, como o turismo interno - todos sabem - é muito caro, era praticamente proibitiva a ida para assistir ao torneio. Fiz uma experiência no ano de 2009: pedi para uma agente de viagens cotar as despesas para assistir ao torneio na Costa do Sauípe e em Buenos Aires: este ficou mais barato e não tive dúvida, indo para lá assistir aos jogos. Ademais, apenas os hóspedes do resort podiam assistir aos jogos. As quadras ficavam às moscas.
Segundo dizem, por praticamente coincidirem neste ano o torneio e o carnaval, aproveitou-se o pretexto para tirá-lo de lá e trazê-lo para São Paulo, pois o governo da Bahia, poderoso patrocinador, optou pelo carnaval. Graças a Deus.
Fui ontem assistir aos jogos das quartas de final e fiquei impressionado com a grandiosidade do evento. Foi construída uma quadra de saibro dentro do Ginásio do Ibirapuera e ele estava todo arrumado sem nada dever aos torneios do mesmo nível realizados em outros países.
Disputaram o torneio jogadores que já estiveram entre os "top ten": Giles Simon, Juan Carlos Ferrero, Davi Nalbandian, Fernando Verdasco, Nicolás Almagro. Nas quartas de final jogaram Almagro (este venceu) contra Berloq, Verdasco contra Ramos (este venceu); Volandri (vencedor) contra Nalbandian e Bellucci (vencedor) contra Mayer. Para lembrar: Nadal foi o vencedor da edição de 2005.
Um único senão: o povo brasileiro, o mesmo que joga e gosta de tênis, não está ainda preparado para assistir as partidas desse tão lindo esporte: comporta-se como se estivesse um estádio de futebol, ofendendo os jogadores (vi isso em Miami, 2010 - um torcedor brasileiro, no jogo Almagro contra Bellucci, ofendia o espanhol e quase foi retirado do "grand stadium"), faltando pouco para ofender a mãe do juiz. Movimenta-se durante a disputa do ponto, fala ao celular.
Depois de assistir aos jogos das quatras de final deste ano, já estou ansioso para que o do próximo ano chegue logo. Mas antes assistirei ao ATP 1000 de Miami.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Câmeras corporais

A adoção da utilização de câmeras corporais por policiais militares gerou – e gera – alguma controvérsia no estado de São Paulo, tendo sido feita uma sugestão que mais lembra um pronunciamento de Eremildo, o Idiota (personagem criado por Elio Gaspari): “os soldados da força policial usariam as câmeras, mas as ligariam apenas quanto quisessem”. Essa tola sugestão tem como raiz o seguinte: nas operações em que pode haver alguma complicação para o policial ele não aciona a câmera; mas demais, sim. Apenas a título informativo, muitos países do mundo tem adotado essa prática: em algumas cidades, como, por exemplo, nos Estados Unidos, até os policiais que não trajam fardas estão utilizando esses aparatos. Mas, a meu ver, o debate tem sido desfocado, ou seja, não se tem em vista a real finalidade da câmera, que é a segurança na aplicação da lei penal, servindo também para proteger o próprio agente da segurança pública (tendo exercido, enquanto Procurador do Estado, a atividade de Defensor...

A memória

A BBC publicou tempos atrás um interessante artigo cujo título é o seguinte: “O que aconteceria se pudéssemos lembrar de tudo” e “lembrar de tudo” diz com a memória. Este tema – a memória- desde sempre foi – e continua sendo – objeto de incontáveis abordagens e continua sendo fascinante. O artigo, como não poderia deixar de ser, cita um conto daquele que foi o maior contista de todos os tempos, o argentino Jorge Luis Borges, denominado “Funes, o memorioso”, escrito em 1942. Esse escritor, sempre lembrado como um dos injustiçados pela academia sueca por não tê-lo agraciado com um Prêmio Nobel e Literatura, era, ele mesmo, dotado de uma memória prodigiosa, tendo aprendido línguas estrangeiras ainda na infância. Voltando memorioso Funes, cujo primeiro nome era Irineo, ele sofreu uma queda de um cavalo e ficou tetraplégico, mas a perda dos movimentos dos membros fez com que a sua memória se abrisse e ele passasse a se lembrar de tudo quanto tivesse visto, ou mesmo (suponho) imaginado...

Legítima defesa de terceiro

Um dos temas pouco abordados pelos doutrinadores brasileiros é o da legítima defesa de terceiro; os penalistas dedicam a ele uma poucas páginas, quando muito. Essa causa de exclusão da ilicitude vem definida no artigo 25 do Código Penal: “entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Nessa definição estão contidos os elementos da causa de exclusão em questão: uso moderado dos meios necessários; existência de agressão atual ou iminente; a direito seu ou de outrem. Como se observa facilmente, a defesa é um repulsa a uma agressão, ou seja, é uma reação a uma agressão, atual (que está acontecendo) ou iminente (que está para acontecer). Trata-se, a causa de exclusão em questão, de uma faculdade que o Estado põe à disposição da pessoa de defender-se pois em caso contrário a atuação estatal na proteção dos cidadãos tornar-se-ia inútil. Não é uma obrigação, é uma faculdade. Caso, na...