O grande compositor Vinicius de Moraes (além de compositor, diplomata), teria dito, certa vez, que São Paulo era o túmulo do samba. Ele, timidamente, tentou adocicar estas palavras. Era conhecido não apenas por suas grandes composições, algumas delas vertidas para outros idiomas (como exemplo: Garota de Ipanema), como pela vida atípica que levava (diz a lenda que ele tomava banho de banheira [comum, na época] ingerindo uísque em grande quantidade: uma banheira de uísque...).
Pois bem: parece que uma parte das escolas de samba que desfilam em São Paulo quer demonstrar que o grande poeta tinha razão. O espetáculo que foi transmitido ao vivo no dia da apuração dos votos, com pessoas invadindo o local da apuração e dilacerando os votos, depois saindo em desabalada carreira, e, para finalizar, ateando fogo em carro alegórico (sem dizer das "voadoras" contra a cerca que limita com a Marginal) foi digno de figurar em qualquer anedotário. Ou boletim de ocorrência.
As escolas de samba do Rio de Janeiro,que foram precursoras desse espetáculo muito bonito para se assistir, sempre estiveram ligadas, como se dizia lá, à "contravenção". Basta citar os nomes de Castor de Andrade e Anísio (Aniz) Abraão David (este último teve, mais uma vez, decretada a prisão provisória), verdadeiros barões (para fazer uma aproximação com o Barão de Drumond, criador do "jogo do bicho"), para que se entenda a ligação do samba com a contravenção (Anísio na Beija-flor de Nilópolis e Castor na Mocidade Independente de Padre Miguel). No Rio de Janeiro nunca houve um espetáculo como o visto em São Paulo (a Polícia e o Ministério Público apuram iregularidades que teriam acontecido com a apuração das escolas do segundo grupo do Rio, mas esta é outra história).
A meu ver, para o espetáculo ocorrido na apuração em São Paulo há um componente que explica: a mistura de samba com futebol, mixagem que não acontece no Rio. A disputa animalesca que acontece no futebol, a partir do momento que em há escolas de samba de torcidas organizadas, é transferida para a passarela, provocando aquilo que se viu na apuração. Perto do que as torcidas fazem em campo, foi até pouco.
Não se pode levar para o sambódromo a disputa que ocorre nos estádios. Isso pode levar o samba para o túmulo.
Pois bem: parece que uma parte das escolas de samba que desfilam em São Paulo quer demonstrar que o grande poeta tinha razão. O espetáculo que foi transmitido ao vivo no dia da apuração dos votos, com pessoas invadindo o local da apuração e dilacerando os votos, depois saindo em desabalada carreira, e, para finalizar, ateando fogo em carro alegórico (sem dizer das "voadoras" contra a cerca que limita com a Marginal) foi digno de figurar em qualquer anedotário. Ou boletim de ocorrência.
As escolas de samba do Rio de Janeiro,que foram precursoras desse espetáculo muito bonito para se assistir, sempre estiveram ligadas, como se dizia lá, à "contravenção". Basta citar os nomes de Castor de Andrade e Anísio (Aniz) Abraão David (este último teve, mais uma vez, decretada a prisão provisória), verdadeiros barões (para fazer uma aproximação com o Barão de Drumond, criador do "jogo do bicho"), para que se entenda a ligação do samba com a contravenção (Anísio na Beija-flor de Nilópolis e Castor na Mocidade Independente de Padre Miguel). No Rio de Janeiro nunca houve um espetáculo como o visto em São Paulo (a Polícia e o Ministério Público apuram iregularidades que teriam acontecido com a apuração das escolas do segundo grupo do Rio, mas esta é outra história).
A meu ver, para o espetáculo ocorrido na apuração em São Paulo há um componente que explica: a mistura de samba com futebol, mixagem que não acontece no Rio. A disputa animalesca que acontece no futebol, a partir do momento que em há escolas de samba de torcidas organizadas, é transferida para a passarela, provocando aquilo que se viu na apuração. Perto do que as torcidas fazem em campo, foi até pouco.
Não se pode levar para o sambódromo a disputa que ocorre nos estádios. Isso pode levar o samba para o túmulo.
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