A atitude politicamente correta hoje pode, em alguns lances, ser comparada com a daquela pessoa que faz curso de enologia e depois passa a querer mostrar que é grande entendedora de vinho (foi apelidado de "enochato"). Ou de ex-fumante, que implica com qualquer fumaça perto de si.
Essa atitude - equivocada - de "politicamente correto", além de mostrar-se como uma "caça às bruxas", aparenta muita vez ser uma reedição do macartismo (aportuguesamento do "McCarthysm", como alusão ao senador estadunidense Joseph McCarthy, que presidiu uma comissão que "caçava" comunistas, inclusive com incursões em Hollywood [vejam o filme "Majestic" para ter uma pálida ideia]).
Alguém conhece o escultor Antônio Francisco Lisboa? Não? Ele é o famosíssimo "Aleijadinho" - e em breve não poderemos nos referir a ele por seu epíteto. Um dos maiores compositores de escola de samba do Rio tinha o apelido de "Beto Sem Braço" - por motivos óbvios. Uma música brasileira dos anos 60 (mais precisamente, 1966), chamada "Tem que rebolar", tinha um trecho assim: "moreninha linda, moreninha boa, quer se casar comigo, ser minha patroa/sai prá lá mulato, vê lá se me passo, me casar contigo é coisa que eu não faço/eu tenho a grana e a minha cor não pega". Era interpretada por dois ícones da MPB, Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro. Impossível pensar nesses termos hoje. Vejam as reprises da "Escolinha do Professor Raimundo", que a Globo transmitia no início dos anos 90 e hoje é veiculada no canal Viva. Ali, Costinha contava as piadas sobre "as bichinhas". Não havia maldade. Hoje, os autores/eou intérpretes seriam chamados aos tribunais, com pretensões de punição, proibição de veiculação e danos morais.
Mas, como eu já disse, o movimento não é apenas nacional: nos EUA um dos maiores escritores, Mark Twain, teve uma obra - "As aventuras de Tom Sawyer", reeditada com supressão de trechos que ofendiam os negros. O mesmo se tentou - ou pelo menos, veiculou-se - com relação às obras de Monteiro Lobato, especialmente o famosíssimo "Sítio do Pica Pau Amarelo".
Isso tudo não é muito chato?
Essa atitude - equivocada - de "politicamente correto", além de mostrar-se como uma "caça às bruxas", aparenta muita vez ser uma reedição do macartismo (aportuguesamento do "McCarthysm", como alusão ao senador estadunidense Joseph McCarthy, que presidiu uma comissão que "caçava" comunistas, inclusive com incursões em Hollywood [vejam o filme "Majestic" para ter uma pálida ideia]).
Alguém conhece o escultor Antônio Francisco Lisboa? Não? Ele é o famosíssimo "Aleijadinho" - e em breve não poderemos nos referir a ele por seu epíteto. Um dos maiores compositores de escola de samba do Rio tinha o apelido de "Beto Sem Braço" - por motivos óbvios. Uma música brasileira dos anos 60 (mais precisamente, 1966), chamada "Tem que rebolar", tinha um trecho assim: "moreninha linda, moreninha boa, quer se casar comigo, ser minha patroa/sai prá lá mulato, vê lá se me passo, me casar contigo é coisa que eu não faço/eu tenho a grana e a minha cor não pega". Era interpretada por dois ícones da MPB, Elizeth Cardoso e Cyro Monteiro. Impossível pensar nesses termos hoje. Vejam as reprises da "Escolinha do Professor Raimundo", que a Globo transmitia no início dos anos 90 e hoje é veiculada no canal Viva. Ali, Costinha contava as piadas sobre "as bichinhas". Não havia maldade. Hoje, os autores/eou intérpretes seriam chamados aos tribunais, com pretensões de punição, proibição de veiculação e danos morais.
Mas, como eu já disse, o movimento não é apenas nacional: nos EUA um dos maiores escritores, Mark Twain, teve uma obra - "As aventuras de Tom Sawyer", reeditada com supressão de trechos que ofendiam os negros. O mesmo se tentou - ou pelo menos, veiculou-se - com relação às obras de Monteiro Lobato, especialmente o famosíssimo "Sítio do Pica Pau Amarelo".
Isso tudo não é muito chato?
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